Viciado em Medicamentos?

Não só os benzodiazepínicos (ansiolíticos e anti depressivos), mas desde o início da história da civilização humana o homem faz uso de várias outras substâncias químicas que alteram sua consciência e repercutem a curto prazo em sensações físicas e mentais prazerosas.
Com o impacto do capitalismo em nossa sociedade, estamos passando por uma intensa mudança de hábitos de vida, em que cada vez mais o estresse do dia-a-dia está fazendo com que as pessoas procurem formas de aliviarem seus problemas. E essa procura frenética o leva a fazer uso de ansiolíticos, tais como os benzodiazepínicos: Ansiolíticos e anti depressivos.
No Brasil, o uso indiscriminado de benzodiazepínicos vem ganhando destaque em consonância com os alarmantes índices de sua prescrição a nível mundial.
O que os números nos mostram sobre o uso de benzodiazepínicos?
Estima-se que cerca de 50 milhões de pessoas usam BZDs todos os dias, sendo que a incidência maior é encontrada em mulheres com mais de 50 anos com problemas médicos e psiquiátricos.
A Associação Médica Brasileira, através do Projeto de Diretrizes sobre o Abuso e Dependência de Benzodiazepínicos mostra que atualmente a cada 10 adultos, 1 faz uso de benzodiazepínicos a cada ano. A maior parte dessa prescrição é feita por clínicos gerais, esses que possuem em sua lista cerca de 50 pacientes dependentes dessa medicação. Do total de pacientes, metade afirma que gostaria de cessar o uso dessa medicação e outros 30% acreditam que o uso é estimulado pelos profissionais médicos.
Essas medicações representam cerca de 50% do número total de prescrição de psicotrópicos.
Afinal, o que são os benzodiazepínicos e qual o seu impacto na saúde?
Existem inúmeras medicações capazes de ter ação sobre a ansiedade, essas drogas foram denominadas ao longo dos anos como tranquilizantes, porque tinham o efeito de deixar a pessoa mais calma.
Medicações com esse efeito são denominados de ansiolíticos, ou seja, “acabam” (lise) a ansiedade.
Então quando dizemos ansiolíticos, estamos nos referindo principalmente aos benzodiazepínicos, que de longe são as drogas mais usadas no mundo todo e são um crescente problema de saúde pública em países desenvolvidos.
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O que são os benzodiazepínicos (ansiolíticos)?
Os benzodiazepínicos são medicações que agem estimulando em nosso cérebro alguns mecanismos que atuam equilibrando a tensão e ansiedade. Acredita-se que esse mecanismo é mediado por neurotransmissores específicos (substâncias químicas que levam informações entre células), que inibem reações serotoninérgicas (neurotransmissor que regular o humor e outras funções) responsáveis por causar ansiedade.
Dessa forma, quando passamos por tensões devido a motivos sérios, algumas áreas do nosso cérebro começam a trabalhar exageradamente, produzindo estados de tensão e ansiedade. É nesse momento que medicações como Diazepam e Rivotril (Benzodiazepinícos) atuam inibindo esses estímulos, fazendo com que a pessoa fique calma e com reponsividade a estímulos externos diminuída.
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Quais os malefícios do uso de benzodiazepínicos?
Levando em consideração a parte orgânica do nosso corpo, podemos afirmar que os ansiolíticos são drogas capazes de gerar vários efeitos colaterais, principalmente por se tratar de um medicamento que causa dependência, ou seja, quanto mais usa, mais vontade a pessoa fica de usar e aumentar a dose. Em caso de doses extremamente altas pode levar o individuo a morte. Vários são os efeitos colaterais que podem ser gerados:
– Piora da concentração
– Prejuízo na memória
– Alterações na marcha
– Hipotensão (queda da pressão arterial)
– Desmaio
– Diminuição do tônus muscular
– Aumento da probabilidade de doença de alzheimer
Entendendo o problema da dependência de benzodiazepínicos
Como observamos ao longo do artigo, o principal efeito colateral dos benzodiazepínicos é a sedação e sonolência, que varia bastante de indivíduo para indivíduo e tem relação com a dose usada da medicação.
Os casos relatados na literatura de pessoas com dependência dessa droga estão ligados em grande parte das vezes com o uso prolongado e com doses elevadas (maiores do que as recomendadas).
Porém, devemos ficar atentos, hoje em dia não podemos relacionar a dependência dos benzodiazepínicos diretamente com algumas características da droga sem levar em consideração traços da personalidade do dependente e não resolução do problema psicoemocional que causou o uso dessa medicação.
É importante ficar atento ao o que está causando de fato o problema da ansiedade da pessoa. Muitos pacientes se automedicam acreditando que o medicamento irá melhorar a ansiedade, porém esses medicamentos atua de forma momentânea.